terça-feira, 7 de junho de 2011
Carta aberta ao goleiro da romênia
Tudo bem, Tataru?
Está sendo bem tratado em São Paulo?
Por sermos todos latinos, talvez você possa entender a razão sentimental deste pedido.
Franga hoje, Tatarusanu.
Um frango disfarçado, com cara de Tender de Natal, sem muito gosto, mas objetivo, eficiente, fatal.
Vamos pensar juntos, Tata. Ronaldo Fenômeno nunca mais vai te ver pela frente. E você jamais terá pela frente a silhueta, a sombra, a figura de um dos maiores atacantes da história do futebol.
Não é sempre que a CBF homenageia os craques que ajudaram a aumentar o patrimônio e a fama da entidade. Muita gente boa ainda espera por um jogo de despedida. Nem o capitão do penta oriental teve esta honra. Ainda.
Ronaldo entra em campo hoje pela última vez trajando o tecido amarelo. Fogos, aplausos e lágrimas. Os privilegiados do Pacaembu terão muita história para contar, mesmo com as dezenas de câmeras no estádio. Parece que serão 15, 20 minutos. Ele está fora de forma. Não importa.
Então, que tal aquele franguinho amigo?
Um chute de fora da área, um rebote despretensioso e você entra para a história. Em todas as fotos, em todas as imagens, lá estará Tatarusanu, o último goleiro do universo a levar um gol do extraterrestre recordista de comemorações em mundiais.
Custa nada, Tatarusanu.
E, ao buscar calmamente a bola nas redes, você espera a festa brasileira, caminha lentamente pelo gramado e oferece a redondinha a Ronaldo. Bacana, não?
Capaz da Fifa até batizar um troféu de Fair Play com o teu nome.
Prêmio Tatarusanu de Generosidade e Reconhecimento.
Abraços,
nação brasileira.
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